Ramofly Bicalho dos Santos

Graduação em História: bacharelado e licenciatura pela Universidade Federal Fluminense, ano de 1999. Licenciatura em Pedagogia pela UERJ / CEDERJ, ano de 2011. Especialização em educação: formação do educador de jovens e adultos trabalhadores, na UFF, ano de 2001. O mestrado em educação, também pela Universidade Federal Fluminense, concluído em 2003, deu origem ao livro: Alfabetização no MST: experiências com jovens e adultos na Baixada Fluminense. Conclui o doutorado em educação na UNICAMP no ano de 2007, publicando o livro: O projeto político-pedagógico do movimento dos trabalhadores rurais sem terra: trajetória de educadores e lideranças. Pós-Doutorado em Educação na Universidade Federal Fluminense – UFF. Título do Projeto: História da Educação do Campo e os Movimentos Sociais no Brasil: as ações do PROCAMPO na formação de educadores. Atualmente sou Professor Associado II na UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Educação, Departamento de Educação do Campo, Movimentos Sociais e Diversidade – DECAMPD. Leciono as seguintes disciplinas: Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular; Educação do campo; Educação e Movimentos Sociais. Sou professor do quadro permanente do Programa de Pós Graduação em Educação Agrícola – PPGEA e Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEDUC), ambos na UFRRJ.

 

LINHA DE PESQUISA

  • Linha 2: Desigualdades Sociais e Políticas Educacionais.

 

GRUPO DE PESQUISA

  • Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação do Campo, Movimentos Sociais e Pedagogia da Alternância

Coordenação: Ramofly Bicalho dos Santos.

Nossa intenção com este grupo de pesquisa é continuar o debate acerca da educação do campo e a formação do educador na sua estreita relação com os movimentos sociais e a pedagogia da alternância no Brasil. Entendemos que a produção crítica do conhecimento nas escolas do campo ressignifica memórias, identidades e histórias de vida de educadores e educandos. Contribui ainda para romper com a ausência de projetos emancipadores no campo brasileiro. Neste projeto, trabalharemos com a historia dos movimentos sociais do campo no Brasil e sua luta por educação popular. As fases de fortalecimento e recuo dos movimentos sociais no Brasil. Políticas públicas de educação do campo e sua relação com os povos camponeses, os movimentos sociais e as escolas do campo. História da pedagogia da alternância como projeto de formação integral, auto-formação e desenvolvimento do meio. Apropriações da alternância pelos movimentos sociais no Brasil, em meio às experiências das lutas por Reforma Agrária.

 

PROJETOS DE PESQUISA

  • Interfaces entre as políticas públicas de educação popular e educação do campo no Brasil.

Período: (2021 – Atual)

Importante sinalizar neste trabalho, a continuidade das nossas reflexões acerca das pesquisas realizadas em Educação do Campo na sua estreita articulação com a Coordenação e Docência na Licenciatura em Educação do Campo (2010 – 2021), Coordenação do Programa Escola Ativa (2009 – 2012) e Programa Escola da Terra (2018 – 2021). Essas experiências, desenvolvidas na UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em diálogo com os movimentos sociais e demais entidades do campo, foram inicialmente analisadas no Pós-Doutorado em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFF – Universidade Federal Fluminense (2016 – 2017). Neste campo de análise, privilegiaremos as relações entre educação do campo e formação do educador, através das seguintes políticas públicas: Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA; Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo – PROCAMPO e o Programa Nacional de Educação do Campo – PRONACAMPO. Nossos principais objetivos são: 1) Realizar um aprofundamento histórico acerca da educação popular e educação do campo no Brasil, compreendendo suas interfaces com os movimentos sociais, limites e possibilidades. 2) Compreender as políticas públicas específicas de educação do campo no Brasil, especialmente, o PRONERA, PROCAMPO e PRONACAMPO. 3) Analisar a formação docente nas escolas do campo, na sua estreita relação com as experiências e práticas de educação popular, considerando as histórias de vida e memórias que se entrelaçam nos processos identitários das educadoras e educadores. Entendemos que as lutas organizadas pelos movimentos sociais do campo podem contribuir na formação de novos sujeitos sociais, numa perspectiva popular e histórica, através da organização coletiva e fortalecimento de projetos políticos pedagógicos emancipadores (FREIRE, 1997). A expressão educação do campo identifica uma reflexão pedagógica que germina das inúmeras práticas educativas desenvolvidas pelos sujeitos camponeses.

 

  • Interfaces da Igreja Católica com os movimentos sociais do campo na Baixada Fluminense.

Período: (2017 – 2018)

Nossa intenção com este projeto é dar continuidade às atividades desenvolvidas na pesquisa História de Dom Adriano na Baixada Fluminense, contemplada pelo . Nesse contexto, este trabalho tem como finalidade estudar as relações / interfaces da Igreja Católica com os movimentos sociais do campo na Baixada Fluminense. Trabalharemos, em especial, com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e uma das entidades da Igreja Católica, a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Nessas relações / interfaces, destacaremos que boa parte dos movimentos sociais do campo, se consolidam na segunda metade do século XX e resistem à repressão política imposta pela ditadura militar. Importante registrar toda organicidade e resistência, em especial, no nordeste brasileiro, através da Ligas Camponesas, nas décadas de 1950 e 60. Com o golpe civil-militar, em 1964, a violência se intensifica no campo.

Financiamento: Bolsa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq.

 

  • A Educação do Campo no Município de Nova Iguaçu.

Período: (2011 – 2012)

É fundamental conhecermos os princípios desenvolvidos pelos movimentos sociais no que toca à luta Por Uma Educação do Campo. Suas bandeiras, projetos, perspectivas e utopias. A formação política dos trabalhadores e a valorização da consciência social são alguns dos desafios. Nesse sentido, a produção do conhecimento nas escolas do campo no Município de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro – RJ pode ressignificar memórias, identidades e histórias vividas pelos sujeitos que se articulam para superar a opressão e as diversas cercas do analfabetismo, da fome e a falta de projetos emancipadores para/com o homem e a mulher do campo. Essa formação política, contextualizada historicamente, pode contribuir para a reconstrução do passado, escavando memórias e acontecimentos, recuperando documentos, fontes primárias e produzindo histórias críticas e contra-hegemônicas. A produção do saber construído em parceria com os educandos/as, educadores/as, pais e todos aqueles que, direta ou indiretamente, fazem parte dessas escolas e dos movimentos sociais que lutam por suas histórias, valores e reconhecimento, pode ser ressignificada, incentivando a implementação, por exemplo, das Diretrizes Operacionais Por Uma Educação do Campo . Essas experiências podem contribuir para a gestação de embriões de democratização, socialização de poder, superação dos desafios, afirmação de identidades e seres humanos preocupados com o fortalecimento de ambientes coletivos. Existe hoje nos espaços formais e informais da produção do conhecimento, uma urgente necessidade de intervenção, propondo reflexões que tenham por meta problematizar as dificuldades que, por ventura, possam ser apresentadas quanto às questões teórico-metodológicas da educação do campo, na perspectiva crítica, dialógica e histórica do saber. (ARROYO, 2004; FREIRE, 1988;). Creio que esses aspectos ressaltam algumas possibilidades em torno dos processos identitários ligados à visão de hegemonia no campo agrário.